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segunda-feira

Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros

Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros
Capítulo I - Do direito à informação 
Art. 1º O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros tem como base o direito fundamental 
do cidadão à informação, que abrange direito de informar, de ser informado e de ter 
acesso à informação. 
Art. 2º Como o acesso à informação de relevante interesse público é um direito 
fundamental, os jornalistas não podem admitir que ele seja impedido por nenhum tipo de 
interesse, razão por que: 
I - a divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e 
deve ser cumprida independentemente da linha política de seus proprietários e/ou 
diretores ou da natureza econômica de suas empresas; 
II - a produção e a divulgação da informação devem se pautar pela veracidade dos fatos e 
ter por finalidade o interesse público; 
III - a liberdade de imprensa, direito e pressuposto do exercício do jornalismo, implica 
compromisso com a responsabilidade social inerente à profissão; 
IV - a prestação de informações pelas organizações públicas e privadas, incluindo as nãogovernamentais, deve ser considerada uma obrigação social; 
V - a obstrução direta ou indireta à livre divulgação da informação, a aplicação de censura 
e a indução à autocensura são delitos contra a sociedade, devendo ser denunciadas à 
comissão de ética competente, garantido o sigilo do denunciante. 
Capítulo II - Da conduta profissional do jornalista 
Art. 3º O exercício da profissão de jornalista é uma atividade de natureza social, estando 
sempre subordinado ao presente Código de Ética. 
Art. 4º O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, 
deve pautar seu trabalho na precisa apuração dos acontecimentos e na sua correta 
divulgação.  
Art. 5º É direito do jornalista resguardar o sigilo da fonte. 
Art. 6º É dever do jornalista: 
I - opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios 
expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos; 
II - divulgar os fatos e as informações de interesse público; 
III - lutar pela liberdade de pensamento e de expressão; 
IV - defender o livre exercício da profissão; 
V - valorizar, honrar e dignificar a profissão; 
VI - não colocar em risco a integridade das fontes e dos profissionais com quem trabalha; 
VII - combater e denunciar todas as formas de corrupção, em especial quando exercidas 
com o objetivo de controlar a informação; 
VIII - respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do cidadão; 

IX - respeitar o direito autoral e intelectual do jornalista em todas as suas formas; 
X - defender os princípios constitucionais e legais, base do estado democrático de direito; 
XI - defender os direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantias 
individuais e coletivas, em especial as das crianças, adolescentes, mulheres, idosos, 
negros e minorias; 
XII - respeitar as entidades representativas e democráticas da categoria; 
XIII - denunciar as práticas de assédio moral no trabalho às autoridades e, quando for o 
caso, à comissão de ética competente; 
XIV - combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, 
econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física 
ou mental, ou de qualquer outra natureza. 
Art. 7º O jornalista não pode: 
I - aceitar ou oferecer trabalho remunerado em desacordo com o piso salarial, a carga 
horária legal ou tabela fixada por sua entidade de classe, nem contribuir ativa ou 
passivamente para a precarização das condições de trabalho; 
II - submeter-se a diretrizes contrárias à precisa apuração dos acontecimentos e à correta 
divulgação da informação; 
III - impedir a manifestação de opiniões divergentes ou o livre debate de idéias; 
IV - expor pessoas ameaçadas, exploradas ou sob risco de vida, sendo vedada a sua 
identificação, mesmo que parcial, pela voz, traços físicos, indicação de locais de trabalho 
ou residência, ou quaisquer outros sinais; 
V - usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime; 
VI - realizar cobertura jornalística para o meio de comunicação em que trabalha sobre 
organizações públicas, privadas ou não-governamentais, da qual seja assessor, 
empregado, prestador de serviço ou proprietário, nem utilizar o referido veículo para 
defender os interesses dessas instituições ou de autoridades a elas relacionadas; 
VII - permitir o exercício da profissão por pessoas não-habilitadas; 
VIII - assumir a responsabilidade por publicações, imagens e textos de cuja produção não 
tenha participado; 
IX - valer-se da condição de jornalista para obter vantagens pessoais. 
   
Capítulo III - Da responsabilidade profissional do jornalista 
Art. 8º O jornalista é responsável por toda a informação que divulga, desde que seu 
trabalho não tenha sido alterado por terceiros, caso em que a responsabilidade pela 
alteração será de seu autor. 
Art 9º A presunção de inocência é um dos fundamentos da atividade jornalística. 
Art. 10. A opinião manifestada em meios de informação deve ser exercida com 
responsabilidade. 
Art. 11. O jornalista não pode divulgar informações: 
I - visando o interesse pessoal ou buscando vantagem econômica; II - de caráter mórbido, sensacionalista ou contrário aos valores humanos, especialmente 
em cobertura de crimes e acidentes; 
III - obtidas de maneira inadequada, por exemplo, com o uso de identidades falsas, 
câmeras escondidas ou microfones ocultos, salvo em casos de incontestável interesse 
público e quando esgotadas todas as outras possibilidades de apuração; 
Art. 12. O jornalista deve: 
I - ressalvadas as especificidades da assessoria de imprensa, ouvir sempre, antes da 
divulgação dos fatos, o maior número de pessoas e instituições envolvidas em uma 
cobertura jornalística, principalmente aquelas que são objeto de acusações não 
suficientemente demonstradas ou verificadas; 
II - buscar provas que fundamentem as informações de interesse público; 
III - tratar com respeito todas as pessoas mencionadas nas informações que divulgar; 
IV - informar claramente à sociedade quando suas matérias tiverem caráter publicitário ou 
decorrerem de patrocínios ou promoções; 
V - rejeitar alterações nas imagens captadas que deturpem a realidade, sempre 
informando ao público o eventual uso de recursos de fotomontagem, edição de imagem, 
reconstituição de áudio ou quaisquer outras manipulações; 
VI - promover a retificação das informações que se revelem falsas ou inexatas e defender 
o direito de resposta às pessoas ou organizações envolvidas ou mencionadas em 
matérias de sua autoria ou por cuja publicação foi o responsável; 
VII - defender a soberania nacional em seus aspectos político, econômico, social e 
cultural; 
VIII - preservar a língua e a cultura do Brasil, respeitando a diversidade e as identidades 
culturais; 
IX - manter relações de respeito e solidariedade no ambiente de trabalho; 
X - prestar solidariedade aos colegas que sofrem perseguição ou agressão em 
conseqüência de sua atividade profissional. 
Capítulo IV - Das relações profissionais 
Art. 13. A cláusula de consciência é um direito do jornalista, podendo o profissional se 
recusar a executar quaisquer tarefas em desacordo com os princípios deste Código de 
Ética ou que agridam as suas convicções. 
Parágrafo único. Esta disposição não pode ser usada como argumento, motivo ou 
desculpa para que o jornalista deixe de ouvir pessoas com opiniões divergentes das suas. 
Art. 14. O jornalista não deve: 
I - acumular funções jornalísticas ou obrigar outro profissional a fazê-lo, quando isso 
implicar substituição ou supressão de cargos na mesma empresa. Quando, por razões 
justificadas, vier a exercer mais de uma função na mesma empresa, o jornalista deve 
receber a remuneração correspondente ao trabalho extra; 
II - ameaçar, intimidar ou praticar assédio moral e/ou sexual contra outro profissional, 
devendo denunciar tais práticas à comissão de ética competente; 
III - criar empecilho à legítima e democrática organização da categoria. Capítulo V - Da aplicação do Código de Ética e disposições finais 
Art. 15. As transgressões ao presente Código de Ética serão apuradas, apreciadas e 
julgadas pelas comissões de ética dos sindicatos e, em segunda instância, pela Comissão 
Nacional de Ética. 
§ 1º As referidas comissões serão constituídas por cinco membros. 
§ 2º As comissões de ética são órgãos independentes, eleitas por voto direto, secreto e 
universal dos jornalistas. Serão escolhidas junto com as direções dos sindicatos e da 
Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), respectivamente. Terão mandatos 
coincidentes, porém serão votadas em processo separado e não possuirão vínculo com 
os cargos daquelas diretorias. 
§ 3º A Comissão Nacional de Ética será responsável pela elaboração de seu regimento 
interno e, ouvidos os sindicatos, do regimento interno das comissões de ética dos 
sindicatos. 
Art. 16. Compete à Comissão Nacional de Ética: 
I - julgar, em segunda e última instância, os recursos contra decisões de competência das 
comissões de ética dos sindicatos; 
II - tomar iniciativa referente a questões de âmbito nacional que firam a ética jornalística; 
III - fazer denúncias públicas sobre casos de desrespeito aos princípios deste Código; 
IV - receber representação de competência da primeira instância quando ali houver 
incompatibilidade ou impedimento legal e em  casos especiais definidos no Regimento 
Interno; 
V - processar e julgar, originariamente, denúncias de transgressão ao Código de Ética 
cometidas por jornalistas integrantes da diretoria e do Conselho Fiscal da FENAJ, da 
Comissão Nacional de Ética e das comissões de ética dos sindicatos; 
VI - recomendar à diretoria da FENAJ o encaminhamento ao Ministério Público dos casos 
em que a violação ao Código de Ética também possa configurar crime, contravenção ou 
dano à categoria ou à coletividade. 
Art. 17. Os jornalistas que descumprirem o presente Código de Ética estão sujeitos às 
penalidades de observação, advertência,  suspensão e exclusão do quadro social do 
sindicato e à publicação da decisão da comissão de ética em veículo de ampla circulação. 
Parágrafo único - Os não-filiados aos sindicatos de jornalistas estão sujeitos às 
penalidades de observação, advertência,  impedimento temporário e impedimento 
definitivo de ingresso no quadro social do sindicato e à publicação da decisão da 
comissão de ética em veículo de ampla circulação. 
Art. 18. O exercício da representação de modo abusivo, temerário, de má-fé, com notória 
intenção de prejudicar o representado, sujeita o autor à advertência pública e às punições 
previstas neste Código, sem prejuízo da remessa do caso ao Ministério Público. 
Art. 19. Qualquer modificação neste Código só poderá ser feita em congresso nacional de 
jornalistas mediante proposta subscrita por, no mínimo, dez delegações representantes 
de sindicatos de jornalistas. 
  
Vitória, 04 de agosto de 2007. 
Federação Nacional dos Jornalistas 

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