A Bill and Melinda Gates Foundation é reconhecida como uma grande aliada das nações pobres que lutam diariamente com a pobreza e a falta de infraestrutura. Um desafio lançado pela instituição tem como objetivo de ajudar a minimizar os impactos das dificuldades sanitárias que acometem a população destes locais: a construção de um novo vaso sanitário.
O desafio foi lançado no ano passado e espera-se que o vencedor seja conhecido em agosto de 2012. A instituição de Bill Gates entrou em contato com cerca de 20 centros de pesquisa, mas apenas oito toparam o desafio e aceitaram o montante de 3 milhões de dólares para o desenvolvimento da invenção.
O vaso sanitário high tech deve obedecer aos seguintes requisitos: não precisar de água encanada, não precisar de conexão à rede de esgoto e não depender de eletricidade. Além disso, deve ser barata e os custos operacionais diários não devem ultrapassar 5 centavos de dólar, desde a instalação até a manutenção do vaso sanitário.
De acordo com a Scientific American, os protótipos propostos por algumas das instituições agraciadas com os investimentos se mostraram, até o momento, promissores. Na holandesa Universidade de Delft, os pesquisadores sugerem usar micro-ondas capazes de transformar os dejetos em monóxido de carbono e hidrogênio. As substâncias poderiam ser armazenadas e usadas para a produção de energia elétrica, por exemplo.
Os americanos da CalTech (California Institute of Technology) também acreditam na possibilidade de produção de uma latrina que use energia solar para transformar a “produção humana” em hidrogênio que pode ser convertido em combustível.
As expectativas da Bill and Melinda Gates Foundation estão tão inspiradas quanto os inventores. Em entrevista à publicação, Frank Rijsberman, diretor do programa da instituição que trata de assuntos sanitários, declarou estar à espera de uma invenção que vá além dos requisitos mínimos dispostos no edital do desafio, “o iPad do sanitarismo”, finalizou.
Segundo dados da entidade, 2,6 bilhões de pessoas não tem acesso a condições mínimas de higiene e 1,6 milhão de crianças morrem todos os anos em decorrência de doenças como diarreia e cólera, por exemplo. Mortes que poderiam ter sido evitadas com um sistema sanitário eficiente e acessível.