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segunda-feira

Corrupção no jornalismo, regra ou exceção

Por Natália Prado 


O jornalismo lida diariamente com a informação e possui uma diversidade de atividades, como coleta de dados, interrogações da realidade, edição dos fatos, posicionamento histórico e direcionamento futuro. Vale ressaltar que, sem esses "dispositivos", o texto poderá tornar-se refém de um jornalismo superficial e manipulador.
A profissão poderá também perder seu brio se o jornalista ao invés de apresentar alternativas, resolver indicar alguns destinos. Isso acontece, por exemplo, no jornalismo de especulação, que "brinca com a realidade", como se o repórter pudesse avaliar as ações posteriores por meio de uma bola de cristal.

"Jornalismo de dossiês"

A pressa pelo furo fácil faz com que a imprensa abra mão dos cuidados mínimos para uma boa apuração, já que as denúncias quase sempre são "notícias esquentadas", matérias que não demanda grandes apurações.
Os problemas não se restringem apenas ao "denuncismo" ou a "especulação", existe um leque de falhas como o excessivo espaço e tempo dedicados às camadas seletivas dos partidos políticos, que muitas vezes não é correspondente a sua real importância dentro da sociedade.
A mídia passou a recorrer a departamentos de pesquisas e novas leituras, mostrando que quer atender às demandas de curto prazo do leitor. O jornalismo de hoje possui uma variedade de instrumentos e técnicas adicionais que facilitam a detecção, por exemplo, da corrupção. Um recurso utilizado é a publicação indiscriminada de dossiês.
Os dossiês são recebidos por jornalistas prontos e acabados, ora de um grupo de políticos, ora de procuradores, e até mesmo da polícia. Esse tipo de jornalismo se confunde com jornalismo investigativo porque seu conteúdo leva um considerável tempo e recurso e tem quase os mesmos efeitos que a reportagem.
Entretanto, no jornalismo de dossiês, a investigação não é feita pelo jornalista, nem segundo critérios jornalísticos. Geralmente é feito pela polícia, por procuradores ou outras agências do aparelho de Estado, e até por escuta clandestina de telefones.
O material, na forma de um conjunto de documentos, extratos bancários ou transcrições, é entregue a ele praticamente como um pacote fechado e assim é publicado, com uma ou outra corroboração de menor importância e que não altera o conteúdo do dossiê.

Crise profissional

Jornalismo de denúncia, especulação, dossiês ilustram a evidente deterioração da profissão. Como se pode perceber o jornalismo brasileiro não está imune a toda cultura e tradição corrupta do país.
Hoje, o mundo dos jornalistas também faz parte do show bussiness já que jornalistas possuem laços cordiais com os setores empresariais. Muitos "prêmios jornalísticos" são oferecidos em troca de algumas pautas e até mesmo direcionamentos de matérias. Ou seja, o dono da empresa oferece gratificações caso o jornalista coloque a matéria que agrade o dono.
Situação corrente no mundo jornalístico é a distribuição de mimos ou brindes em alguns almoços e coletivas. Estas práticas evidenciam um tipo de corrupção "pequena", informal, mas que contribui para danificação da ética social. Em outubro de 2005, a revista Veja publicou a reportagem "O mensalinho da filha de Elis". A revista denunciou a prática da gravadora de Maria Rita, a Warner, de presentear principais críticos musicais do país com iPods (valor nas lojas R$600 a R$1000).
De acordo com a revista Veja, não é novidade a gravadora valer-se de um expediente no meio musical para divulgar o disco. O jabá, ou a "carinhosa lembrancinha," é dada para alguns radialistas e jornalistas como uma maneira de expressar a "força" ou o impulso aos laçamentos. O que importa é que essa matéria gerou um rebuliço no meio. Muitos jornalistas alegaram não terem recebido essa gratificação. Outros disseram que receberam, mas devolveram o aparelho intacto. Houve ainda jornalistas que afirmaram que isso tudo não influenciaria sua opinião sobre a qualidade do disco.

Jornalismo ideal

No livro O jornalismo dos anos 90, Luís Nassif relata várias atitudes que o jornalista deve tomar durante seu percurso. Segundo ele, é preciso cultivar uma análise de mundo sofisticado e não maniqueísta; expor seus argumentos de maneira isenta, deixando que o leitor tire suas próprias conclusões;trabalhar em torno da eficiência e da qualidade; não ter medo das fontes; ser diferente e original. "Entender e utilizar os procedimentos judiciais na apuração de notícias, além de minimizar injustiças, ajudaria a mídia a pensar melhor e a oferecer ao público um produto de mais qualidade", destaca.
Os profissionais, contudo, não seguem o planejamento citado, chegando ao ponto de desrespeitar regras elementares do jornalismo. A atividade jornalística se descaracteriza para atender os interesses do mercado. No jornalismo ideal, as coisas poderiam ser diferentes, mas para mudar seria necessário alterar atitudes e a consciência em cada órgão de comunicação, aprofundando questionamentos sobre o tipo de jornalismo que é feito há séculos.
Cláudio Abramo, em seu livro A Regra do Jogo, afirma que, no jornalismo, não existe uma ética específica - sua ética é a mesma do cidadão, "o que é ruim para o cidadão é ruim para o jornalista". Entretanto, para ele, existe a "regra do jogo" vivenciada pelas empresas de comunicação, ou seja, a ética dos donos.
E essa "ética dos donos" ainda é exercida vigorosamente nos meios de comunicação, já que os grandes conglomerados do país estão sob controle de famílias e elites políticas. Atualmente, a propriedade da televisão de sinal aberto está nas mãos de alguns grupos familiares como família Marinho (Globo), Sirotsky (RBS), Saad (Bandeirantes), Abravanel (SBT), Daou (TV Amazonas) e Câmara (TV Anhangüera).
De acordo com a legislação, é proibido "o exercício da função de diretor ou gerente de empresa concessionário de rádio ou televisão a quem esteja no gozo de imunidade parlamentar ou de foro especial". Essa proibição existe para garantir transparência e não deixar que o político divulgue sua imagem pessoal. Entretanto, a maioria das emissoras comerciais pertence a políticos ou ex-políticos que fazem de sua imagem um show à parte.
Esses conglomerados midiáticos, para sobreviver, fazem pactos incondicionais com o governo garantindo, assim, sua manutenção e expansão. Por barganhas políticas, muitas emissoras se comprometem a não divulgarem determinadas situações como forma de favorecer determinado político. O que acontece é uma moeda de troca, e as concessões são dadas de acordo com os votos do Congresso.
Para acabar com esse círculo vicioso, Caio Albuquerque indica algumas soluções como realizar as concessões de forma transparente, com critérios definidos e com justos processos contemplando assim a democracia e a participação das demais classes
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