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segunda-feira

Meu pai.



Meu pai nasceu em 1917 e teria hoje, se fosse vivo, 95 anos.
Infelizmente ele se foi em 1999 portanto há treze anos.
Tenho vagas lembranças de como teria sido a sua vida pelos seus relatos já quase esquecidos.
Para falar a verdade, é dificílimo imaginar meu pai aos cinco, dez ou quinze anos, vivendo na cidade de São Paulo onde as novidades o teriam deixado tão surpreso, como para mim o advento da televisão colorida em meados dos anos setenta ou a internet nos anos noventa.
Naquela época as grandes novidades devem ter sido a chegada ao Brasil dos primeiros carros, a popularização do radio e o acesso aos primeiros cursos universitários.
Meu pai  contou que o primeiro carro que meu avô comprou, um Ford 1929, da sua alegria em ter um radio e de como ele conseguiu fazer à noite, o curso de ciências contábeis e atuariais da Faculdade Álvares Penteado do Largo de São Francisco.
Tempos difíceis, dizia ele que vivenciou o gasogênio,  tinha dificuldade em saber das notícias internacionais pelo radio e  tinha que chegar em casa, por imposição do meu avô, obrigatoriamente às nove horas da noite, ainda que as aulas terminassem depois desse horário.
É bem verdade que ele tinha certas regalias que a maioria dos jovens não tinham . Ele já podia dar suas voltinhas com o carro da família uma vez que desde os dezoito anos ele é quem  dirigia porque meu avô tinha  dificuldade para fazê-lo, para não dizer que dirigia muito mal.
Foi numa dessas voltinhas pela Rua Frei Caneca que ele viu pela primeira vez a minha mãe.  Deve ter sido um impacto fulminante porque a minha mãe era seguramente a garota mais bonita de toda São Paulo. Prova disso, são as fotos que publico junto com o texto.
Além de linda, minha mãe dançava balé, era formada em música pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo e dava consertos públicos aos dezenove anos de idade. Sua educação  foi primorosa. Era a mais bonita, a mais inteligente e a primeira filha mulher. Ouvi dizer que era o xodó do pai e da mãe  com muita razão.
Segundo meu pai, a troca de olhares foi rápida, as primeiras conversas furtivas e o namoro alguma coisa perto de uma história de terror uma vez que o meu avô era um português no mínimo turrão.
Quando meu pai foi pedir  minha mãe em namoro, a conversa teria se tornado um desafio uma vez que meu avô disse que com filha dele ninguém brincava e que ele não admitiria namoro ou noivado prolongado. 
Quem conheceu meu pai sabe que o sangue espanhol dele fervia nas veias quando era confrontado e ele teria perguntado ao meu avô quanto tempo  seria suficiente ou demasiado e meu avô teria dito que não poderia demorar mais que seis meses.
Oh! Deus! Imagino a cara do meu pai, que esperava autorização para ir ao cinema com minha mãe na companhia de alguma irmã e sair de lá  noivo  para casar.
Segundo relatos fidedignos, meu pai teria imediatamente marcado a data do casamento para daí a quatro meses e o grande problema nem foi esse e sim contar para o meu avô, o seu pai que ele iria casar no final daquele mesmo ano.
Houvesse esse termo naquela época e eu diria que “a casa caiu”.
Meu pai me contou a condição imposta pelo padrasto para que ele se casasse seria ir morar em Vera Cruz, uma cidadezinha do meio do Estado de São Paulo, que hoje tem menos de dez mil habitantes, naquela época  só uma rua pequena e sem saída.
A minha mãe me contou que foi uma correria louca. A noiva tinha que fazer o enxoval, e promover a festa e o dinheiro mal dava para o dia a dia da família Pacheco.
 Apesar dos pesares meu pai e minha mãe casaram-se dentro dos escassos quatro meses.  O vestido da noiva era uma obra prima, a festa foi perfeita e até pouco tempo, havia em casa alguns lençóis de puro linho do enxoval original. No mais, eu estou aqui para contar essa história louca e verídica.
História que apenas começa com esse texto, porque se a memória não me trair ainda vou contar muitas outras do cara mais incrível que eu conheci,  meu pai Antonio Guzman Mariscal.
Contabilista radio amador, criador de pássaros de canto, espanhol esquentado, homem íntegro e honesto que fez tudo que podia pelos filhos,  do qual eu me orgulho de ter muitos princípios. E o nome Guzman.

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