Rússia e outros países da Europa e da Ásia estão reunidos em Astaná, no Cazaquistão
A Rádio Voz da Rússia, de Moscou, e o seu site dão amplo destaque ao Fórum da Mídia Europeia e Asiática, que está sendo realizado em Astaná, no Cazaquistão. Participam do evento mais de 250 representantes da mídia da Rússia e dos demais países-membros da Comunidade de Estados Independentes, dos países do litoral báltico, da Geórgia e de outros países da Europa e da Ásia.
Os participantes do Fórum acreditam que os meios tradicionais de informação em massa estão esgotando o seu potencial. A sua avaliação pelo mercado consumidor está baixando ano após ano e, em consequência, os níveis de audiência caem nos meios eletrônicos assim como nos veículos impressos. O resultado imediato dessa queda é o fechamento de revistas, jornais, emissoras de rádio e de televisão. Com base nessas constatações, foi organizado o Fórum da Mídia Européia e Asiática, com o objetivo principal de encontrar soluções para esse estado de coisas. Durante o Fórum, em entrevista à Rádio Voz da Rússia, o jornalista americano Jim Bumella, presidente da Federação Internacional de Jornalistas, revelou a sua visão sobre estes fatos:
Painel de debates do Fórum da Mídia Europeia e Asiática, realizado em Astaná, no Cazaquistão
“Os meios de comunicação e os empresários que os controlam precisam assumir a consciência de que o futuro das comunicações está nos métodos convergentes”, afirma Bumella. “Chamamos de métodos os que são capazes de combinar o formato tradicional com o desenvolvimento das novas tecnologias eletrônicas. A crise do jornalismo está presente em todos os países. Essa crise não é de hoje, começou há algum tempo. Por isso, é a mídia quem deve ir ao encontro de sua audiência, e não esperar que a audiência a procure.”
Jim Bumella entende que, quanto mais a internet se desenvolve, maior é a responsabilidade dos meios de comunicação em atender às expectativas dos internautas, a audiência do futuro imediato. Por isso, recomenda o jornalista americano, “a mídia moderna deve saber evoluir rapidamente para se adaptar às novas exigências do público”.
Um dos maiores problemas com que a mídia se depara é a concorrência com os usuários não profissionais das redes sociais. Segundo os participantes do Fórum, os bloggers destruíram o monopólio de fornecimento de informações que há alguns anos estava nas mãos da mídia. Nessa situação, é preciso fazer esforços a fim de definir o mais exatamente possível a sua audiência e prever a sua reação diante dos mais diversos eventos – opina a redatora-chefe da agência de notícias RIA Novosti, Svetlana Míroniuk. “Hoje qualquer blogger forma a sua própria mídia, e o seu nível de confiabilidade é várias vezes superior aos dos órgãos da mídia tradicional”, diz Mironiuk. “Hoje, temos uma clara mudança de papéis e situações. As redes sociais se transformaram na grande audiência da internet, e de uma certa forma elas passaram a exprimir o pensamento da sociedade. A mídia tradicional, que antes exercia ou esperava exercer influência, deu lugar às manifestações via redes sociais. Nesse particular, ainda há muitos formatos que nós, jornalistas, desconhecemos e precisamos aprender, inclusive o domínio da blogosfera.”
Além de buscar novas formas de apresentação das informações, os participantes do Fórum da Mídia Europeia e Asiática estão convencidos de que é preciso desenvolver projetos internacionais de informação.
Seja qual for o futuro formato da mídia, tradicional ou aderindo de vez às inovações tecnológicas, ele não deve desprezar o aspecto mais importante, a sua imensa responsabilidade com as suas audiências, conforme opina o presidente da empresa de radiodifusão Voz da Rússia, Andrei Bistritski: “Na época da globalização e da convergência dos diversos órgãos da mídia, não temos mais, praticamente, limites em forma de fronteiras geográficas. Por isso, temos grande responsabilidade perante a audiência internacional”, comenta Bistritski. “Cada órgão de mídia deve compreender que trabalha em prol dos interesses de uma determinada audiência, e que esta ultrapassa os limites nacionais. Precisamente essa compreensão da responsabilidade é que torna a nossa mídia rentável e engendra o nosso negócio. A base do nosso negócio é a habilidade de atrair um público leal, e a compreensão exata desse objetivo e da nossa responsabilidade determinará os resultados e criará uma base sólida para o trabalho da mídia do futuro tecnológico da comunicação.”
O Fórum da Mídia Europeia e Asiática está sendo realizado pela sexta vez. Pelo seu formato e pela sua abrangência geográfica, o evento é visto como único no mundo.
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