BRUNO ROMANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com 800 milhões de usuários ativos, o Facebook não é um sucesso apenas entre os adeptos de redes sociais. A popularidade do site também cresce entre cibercriminosos, que aproveitam o serviço para espalhar pragas virtuais.
Segundo a AVG, de 2008 a 2011, os ataques diários no site cresceram 20 vezes. Em 2010, a AVG encontrou 20 mil páginas contaminadas nas 50 redes sociais mais populares do mundo. O Facebook abrigava 60% delas (ou 137.505).
O principal interesse dos criminosos é o roubo de credenciais para o site, que pode abrir as portas para problemas maiores, como a obtenção de dados bancários.
Para conseguir infectar perfis no Facebook, o golpe mais comum é chamado de "clickjacking" (sequestro de clique, em tradução literal).
Nele, o usuário é levado a crer, por exemplo, que está clicando no link para algum vídeo compartilhado por alguém da sua rede de amigos.
O clique então é "sequestrado" e executa um código malicioso escondido, que pode infectar o perfil e até a máquina do usuário.
Segundo o "Wall Street Journal", o Facebook afirma que menos de 4% do conteúdo em suas páginas é malicioso, mas admite que o volume está crescendo mais rápido do que sua base de usuários. Diariamente, 4 milhões de pessoas seriam atingidas.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
CONFIANÇA
"A disseminação de código malicioso em redes sociais é dez vezes mais efetiva do que outros métodos de distribuição", diz Fábio Assolini, analista da Kaspersky Lab.
Uma das razões para isso, segundo os especialistas consultados pela reportagem, é que os criminosos se aproveitam da relação de confiança que existe em redes sociais.
"Os cibercriminosos exploram a confiança que temos nas pessoas em nossa rede de amigos para espalhar códigos maliciosos", diz Mariano Sumrell Miranda, diretor de marketing da AVG Brasil.
É mais fácil, afinal, acreditar que um amigo está indicando um vídeo curioso no seu mural do Facebook do que em um e-mail escrito por um príncipe africano, que informa sobre uma herança milionária deixada para você.
BRASIL
Para quem viveu o auge do Orkut, no fim da década passada, a história não soa tão nova, mas os perigos no Facebook para o brasileiro ainda estão engatinhando.
A primeira ameaça no Facebook criada por brasileiros para atacar brasileiros foi descoberta em junho do ano passado. Ela usava o chat do serviço para tentar sequestrar o clique de usuários e foi bloqueada rapidamente.
Outras ameaças se seguiram desde então e, segundo a Kaspersky, o Facebook já é a rede social mais atacada do país. O Orkut é a segunda.
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