.
O “Minha Casa Minha Vida” virou um verdadeiro “presente de grego” para as construtoras baianas. Diante do aumento de custos, principalmente de mão de obra, e sem a concessão pelo governo federal de reajuste de preço para os imóveis populares, a quebradeira se generaliza no setor.
Nos últimos 30 dias, sete empresas paralisaram suas atividades, suspendendo a construção de 18 mil moradias do programa e comprometendo a sobrevivência de 11 mil trabalhadores.
Quando lançada em 2009, a primeira fase do “Minha Casa Minha Vida” foi festejada na Bahia. O estado bateu o recorde nacional de contratações: 71.105 unidades na faixa de renda de zero a três salários mínimos, onde se concentra mais de 85% do déficit habitacional.
Agora, na segunda etapa do programa, o desinteresse se traduz em números: apenas 12.584 contratos foram assinados, uma queda de 82,3%, segundo dados oficiais da Caixa.
Mesmo com o reajuste aplicado pelo governo federal na segunda fase, passando de um preço médio por unidade de R$ 42 mil para R$ 55 mil, houve o aumento de especificações e exigências que descompensou e tirou a atratividade do negócio.
Mas a crise atualmente está instalada principalmente nos contratos assinados na primeira etapa do programa voltado para a população de baixa renda.
Das 71.105 unidades contratadas pela Caixa Econômica Federal, apenas 21.749 foram entregues. Há 49.356 em atraso e ameaçadas de virarem escombros inacabados espalhados pelo estado.
Questionada sobre o problema, a Caixa, gestora do programa, em nota oficial, diz que “mantém diálogo com as empresas responsáveis pelas obras do Programa Minha Casa Minha Vida, na Bahia, para buscar alternativas para a finalização dos empreendimentos”.
No caso do “Minha Casa Minha Vida” para a baixa renda, que tem recursos do Orçamento Geral da União, o banco esclarece que, na hipótese de alguma construtora paralisar obras e/ou se tornar incapaz de dar continuidade à produção do empreendimento, o contrato será rescindido e outra empresa será contratada para continuar a obra.
Para as empresas do setor, a solução da Caixa é infactível. Qual empresário teria o desplante de entrar num negócio inviável economicamente, com preço defasado?
A solução, pelo ponto de vista do empresariado, é equilibrar os custos com a receita. Como os recursos do programa para a baixa renda são do Orçamento Geral da União, a resolução passa pelo Palácio do Planalto e pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Por ser de ordem nacional, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apresentou o problema ao governo federal, em outubro. Nada se resolveu e o que vem se sucedendo desde então são a quebra de empresas e o desemprego de trabalhadores.
A esperança sobrevive agora no encontro do governador Jaques Wagner com a presidente Dilma Roussef, no próximo dia quatro de janeiro, na Praia de Inema, onde a mandatária nacional passa as férias de final de ano.
Sensibilizado com a situação do programa na Bahia, que poderá causar grandes estragos na eleição de seus aliados no ano que vem, o governador vai tentar convencer, sob as bênçãos de Iemanjá, a presidente Dilma a liberar mais recursos para o “Minha Casa Minha Vida”. Os construtores cruzam os dedos na expectativa de um feliz 2012.
Fonte: Bahia Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.